domingo, 31 de outubro de 2010

Mude SUA VIDA EM 30 DIAS - 17 Dia

Ritual Matutino

Citação do Dia

(Parte de uma palestra com os Abraham-Hicks)

Convidado:
Tenho uma pergunta pessoal a respeito do desenvolvimento da habilidade de abandonar as coisas do passado. Vejo que minha vida presente é colorida por todas essas coisas. E para mim é difícil não me lembrar constantemente de que eu perdi algo.

Abraham: Bom, isso é lógico, não é? Pois é onde sua vibração está, é lógico que você se lembrará de coisas como essas.
Temos uma forma divertida de olhar isso, imagine que você tem um pedaço de lixa bem fininha e você esfrega seus dedos com ela. Ela é tão fina que quase se parece com um pedaço de veludo. Você esfrega um pouco, mais um pouco e mais um pouco. No começo, não há nenhum prejuízo nisso. Mas quanto mais você esfrega a lixa no dedo, mais incomodo se torna. Sua pele começa a sentir-se sensível, e depois de uma hora ou duas, talvez até surjam bolhas. E aquela lixa é realmente a única coisa visível na sala. E embora a experiência não seja boa, você pegou esse hábito.

Então, de repente, você compreende “Ei, eu não tenho que fazer isso!”. E você simplesmente tira seus dedos da lixa!

Essa é uma intenção deliberada de tirar-se dessa irritação. A sensação de se resgatar é maravilhosa. Quando você faz isso, você quase sente-se como se uma rede saísse de seus dedos. Queremos que você comece a perseguir o sentimento de alívio.

Você tem mantido seu olho na lixa. Parece haver justificativa e importância para isso.

As pessoas falam a respeito disso, há evidencia disso em sua vida e tudo parece estar ligado à essa lixa. Mas na realidade, há isso e a ausência disso, e você tem uma chance e tirar ou não tirar seus dedos (seus pensamentos) da lixa que está evocando essa experiência desagradável.
Comece a tirar prazer do sentimento de alivio.
Você já esteve no meio de uma conversa negativa onde alguém tenha tentado mudar o tema da conversa para algo positivo? Você não queria necessariamente que o tema fosse mudado – você tinha algumas coisas boas para falar sobre aquele tema. Mas eles insistiram porque haviam decidido sair daquele assunto.

Então, você seguiu com eles para um tema diferente e ficaram ali por um pouco. E você começou a sentir alivio também. Queremos que você seja induzido a perguntar “Que pensamento traz um sentimento melhor?”.

Deixe o sentimento de alivio se tornar o mais importante para você.

Queremos que você diga “Estou praticando a arte de permitir o Bem-Estar.A arte de manter-me alheia, ou a arte da resistência – que pode ser a arte da “realidade” que eu sempre pratiquei...esse pode ser a jeito que minha mãe usa, e minha irmã usa, e o jeito que todo mundo que eu conheço usa. Manter-se alheio pode ser a arte que todos eles praticam – mas eu estou praticando a arte da permissão. Estou saindo do desconforto e, fazendo isso, deixando a fresca energia fluir para minha experiência.

  •  Sorria por 1 minuto
- Essa prática aumenta os níveis de serotonina em seu sistema e é um poderoso antidepressivo – sorria enquanto conta até 60.
  • Meditepor 5 minutos
- A técnica de hoje: conscientemente inspire e respire contando 60 respirações completas.
  • Faça o Exercício do Descanso de Pratos por 5 minutos
Coisas que desejo fazer     -         Coisas que o Universo fará
  • Coloque seu valor virtual em sua planilha do jogo da prosperidade.
Durante o Dia

De acordo com o tema do dia, em relação ao que você quer que seja verdade para você, implemente as ferramentas e técnicas.
1) Torne-se consciente do nível de sua vibração
Técnica do dia: Em qualquer sintoma que você esteja vivenciando, pergunte-se “O que está me chateando?”. Essa pergunta leva você ao coração de sua resistência. Então, pergunte-se “Como quero me sentir?” e pondere a respeito.
2) Desenhe os sonhos para a sua Caixa de Criação
Sobre a sua pergunta “Como quero me sentir?” coloque a resposta para “O que desejo?” em sua Caixa de Criação.

3) Faça o exercício da Realidade Virtual – 30 segundos de uma cena de contentamento
Qual é a época do ano? Que horário do dia? Onde (cenário interno ou externo)? Quais são as pessoas de bom humor que estão nessa cena? O que você vê, escuta, cheira, saboreia, sente, faz? Entre na cena. Sinta-se bem.
Saia da cena.
4) Gaste sua quantia virtual do jogo da prosperidade que você se permitiu.
Ritual Noturno
(Texto dos abraham-Hicks)

Encorajamos vocês a arte da Permissão – a arte de deixar vir. O truque é que algumas vezes, mesmo que a lixa não seja agradável, podendo se tornar realmente desagradável, a chave é desenvolver uma consciência mais sensível.

Não sabemos quantos de vocês lixariam suas mãos até sangrarem. Ainda assim, essa é a forma como vocês tendem a agir com alguns temas desagradáveis. Vocês lixam a si mesmos até que tenham severamente se privado do Bem-Estar, privação que a negatividade começa a inserir em sua experiência de vida, de diversos modos.

Queremos chamar sua atenção dizendo que não importa quão ruim a realidade tenha sido e não importa que justificativa tenha, nada disso precisa ser relacionado ao seu agora. A única pergunta que queremos fazer – e a única pergunta que nós queremos que você tente responder sempre – é:

“Estou me permitindo o Bem-Estar exatamente agora?”

Esse pensamento permite o Bem-Estar?

Essa lembrança permite o Bem-Estar?

Essa declaração permite o Bem-Estar?

Essa conversa permite o Bem-Estar?

Essa fantasia permite o Bem-Estar?

Estou permitindo o Bem-Estar?”

Quando você começa a se focalizar sobre esse auto resgate, você descobre um monte de coisas nas quais habitualmente pensa, que não estão permitindo esse auto resgate. E conforme você começa a brincar com isso, você começa a se divertir com isso.

Talvez até mande fazer um broche/botom ou um adesivo com a frase: “Você está permitindo?”

O que você está permitindo? Você está permitindo o Bem-Estar que estaria ali se você não estivesse permitindo? Você está permitindo?

Bom, você diz, como eu posso saber se estou permitindo o Bem-Estar?

Se você está permitindo, então exatamente agora você se sente ótimo – você sente apreciação ou amor. Se você está permitindo, você se sente bem – mas se você não está se permitindo, você não se sentirá bem. Nada mais tem importância.

O Bem-Estar tem que ser importante o bastante de forma que você o permita vir. Você diz “Abraham, quando eu reflito sobre o passado, 99% de minha vida não me permite”.

Bom, dizemos, então não pense sobre ele. Como você pode não pensar sobre 99% de sua vida? Seletivamente peneire seus caminhos através dele. Se você olhar para trás com intenção cuidadosa, você pode encontrar algo – no íntimo de cada aspecto – que cv poderá permitir.

Abraham – do Boletim de Abril-Junho/2001

  • Lembre-se das coisas boas do dia
  • Lista de Sucesso

Hoje eu gostei e me diverti com:
__________________________________________________
____________________________________________________________
  • O Livro dos Aspectos positivos
Relate novas características positivas sobre você e sobre as outras pessoas e coisas em geral.
Relembrando, escreva na parte reservada em seu caderno para esse fim, os seus aspectos positivos ou seja, as suas qualidades. Escreva também aspectos positivos de pessoas que conhece, lugares, animais, flores, filmes, roupas, perfumes, carros, lazer, etc. Esse exercício deverá ser realizado diariamente até o final do curso.
Além de fazer uma lista sobre seus aspectos positivos, escreva sobre mais 5 temas.
Porexemplo:
Eu gosto em mim: _____________________________________________
Eu gosto de tal lugar porque :____________________________________
Eu gosto de ouvir tal música porque :_____________________________
Eugosto ______________________________________
Eugosto ______________________________________
Eugosto ______________________________________

  • Intenção de Seguimento para dormir e ter um período de sonho
Forma como utilizaríamos nossos sonhos de modo mais eficaz:

Antes de ir dormir, dizemos:
“Acredito que sonharei essa noite.
Manifestarei enquanto estiver dormindo: ____________(aqui você diz o que quer que seja manifestado enquanto estiver dormindo)__________.

E se há algo significativo no meu sonho, desejo lembrar-me quando acordar”.

E de manhã, a primeira coisa que você fará será – assim que acordar – tornar-se consciente de que voltou para sua consciência física e perguntar se:
“Eusonhei?”.

E se você sonhou, pergunte a si mesmo, mesmo que seja de forma incerta:
“Como senti o sonho?”.

Há muito mais informação na forma como você sente o sonho do que nos fatos que ele apresenta.
 

Frase do Dia

"Ao agir tenha a convicção de que já o conseguiu!"

(Massaharu Taniguchi) - Maria Ferler - Curitiba/PR

O Livro da Bruxa - 5º Capítulo

5º Capítulo - Anjos

No domingo pela manhã, fui visitá-la. Quando cheguei, ela estava fora da cama e vestia uma roupa leve muito colorida.
- Bom dia - cumprimentei-a.
- Bom dia. Está pronto para sua aula prática? - perguntou.
Cocei a cabeça como se tivesse esquecido de trazer o caderno com a lição de casa.
- Já? Não sabia que a aula prática seria hoje. - O dia está lindo. Não temos um minuto a perder. Vamos! - ordenou.
Pegou sua sacola sobre a cama e dirigiu-se para a porta.
- Ei! espere. Você está internada. Não pode sair do hospital assim - exclamei, já começando a entrar em pânico.
- É claro que posso. Além do mais, vou levar o médico comigo - justificou, sorrindo.
- E aonde você pensa que vamos? - Iremos à praia.
Ela colocou a sacola no ombro e olhou em volta para ver se não estava esquecendo nada.
- Não podemos sair do hospital assim. Você ainda não teve alta. É preciso preencher o...
- Não se preocupe. Minha saúde está excelente. Além do mais, preciso ir ao litoral hoje. Podemos aproveitar e passear um pouco pela praia.
Prometo que irei me comportar. Onde está seu carro? - perguntou, fingindo sussurrar.
- Meu carro? Está no estacionamento do subsolo, mas acho... - balbuciei, tentando convencê-la a desistir. - Venha - disse, puxando-me pela mão. - Temos muitas coisas para fazer hoje. Podemos conversar no caminho.
Fui conduzido até o elevador sem reagir. Só me lembro de ter dito “estamos saindo” quando passamos pelo posto de enfermagem e da imagem da enfermeira boquiaberta, sem entender nada.
No minuto seguinte, estávamos no carro saindo da garagem do hospital.
- Vamos mesmo à praia? - perguntei, numa última tentativa de voltar à realidade.
- Relaxe. Às vezes precisamos fazer coisas imprevisíveis. São elas que temperam a vida - ela respondeu, afivelando o cinto de segurança.
Seguindo seu conselho, tentei relaxar. Afinal, não havia nenhum mal em ir à praia numa linda manhã de domingo. O máximo que poderia acontecer era o diretor do hospital descobrir e me expulsar da equipe. Mas, se não pudermos fugir da rotina de vez em quando, de que adianta tanto trabalho?
- Trouxe as uvas que sobraram para comermos na viagem. Quando quiser é só pedir - avisou.
Ela remexeu em sua sacola. De lá, tirou um chapéu de tecido e colocou- o na cabeça. Em seguida, pegou seus óculos de sol. Com aquela roupa colorida, chapéu e óculos escuros, ela parecia uma adolescente. Era muito diferente das outras pessoas idosas que eu conhecia. Novamente pensei que, se conseguisse chegar aos 86 anos, gostaria de ter um espírito jovial como o dela.
Percorremos as ruas tranqüilas, atravessando a cidade em direção à estrada. O céu estava azul, e apenas algumas nuvens preguiçosas moviam-se com o vento. Sem o trânsito costumeiro, estava muito agradável dirigir naquela manhã de domingo.
Faltava pouco para chegarmos à avenida que nos levaria à estrada, quando um carro velho e mal cuidado entrou na nossa frente, numa velocidade digna de uma tartaruga. A rua era estreita, e os carros estacionados em ambos os lados impediam-me de ultrapassá-lo.
- Arrr! Esse imbecil está muito devagar. Será que ele não percebe? - rosnei.
- Você acha isso ruim? - perguntou a bruxa. - Claro que é ruim... O idiota está atrapalhando todo o trânsito - resmunguei, irritado.
Alguns carros já se enfileiravam atrás de nós. Logo alguém iria começar a buzinar.
De repente, apareceu uma chance, e consegui ultrapassá-lo. Foi uma manobra arriscada, mas bem-sucedida.
- Repare no motorista - disse ela. - O que acha dele?
Olhei pelo espelho retrovisor. O motorista fazia um par perfeito com seu carro. Seu cabelo era malcuidado e engordurado. O homem tinha uma barba rala e cheia de falhas. A camisa estava suja e amassada. Parecia um mendigo motorizado.
- É uma tragédia - respondi. - Não sei quem está pior, o carro ou o motorista.
- Pode ser o disfarce ideal de alguém muito importante, você não acha?
- Um disfarce? Como assim? - perguntei. Antes que ela pudesse me responder, um enorme caminhão saiu de um estacionamento no fim da rua e começou a manobrar, bloqueando a passagem. Diminuí a velocidade até parar totalmente.
- Ai! - resmunguei. - Hoje deve ser o dia dos idiotas. Será que ele não podia ter esperado nós passarmos antes de sair? - resmunguei comigo mesmo.
- Parece que estão querendo nos segurar, não é? - comentou.
- Desculpe-me. Não tenho o costume de me irritar ao dirigir, mas hoje estão abusando da minha boa vontade - justifiquei.
- Você já reparou no motorista do caminhão? - perguntou, chamando minha atenção.
Era um sujeito gordo, meio careca e com uma expressão de pouca inteligência. Usava uma camiseta vermelha sem mangas e tinha uma tatuagem no ombro esquerdo. - Mais um idiota - desabafei.
- Talvez seja um outro disfarce - murmurou, sorrindo.
Fiquei sem entender aonde ela estava querendo chegar com a história dos disfarces, mas pressenti que logo ela iria me contar, e permaneci em silêncio.
O caminhão terminou a manobra e virou na primeira esquina, deixando o caminho desimpedido.
Ela retomou a conversa.
- Você achou ruim o carro velho e o caminhão terem nos atrapalhado, não é?
- Claro que sim - respondi, ainda tentando disfarçar minha irritação.
- Então vamos à sua aula prática. Vamos transformar as coisas ruins em coisas boas - exclamou. Ajeitou-se no banco, virou-se para o meu lado e levantou um pouco a aba do chapéu.
- Suponha que seu anjo da guarda realmente exista. E imagine que ele seja capaz de prever as situações de perigo... Assim, como bom anjo, ele deve protegê-lo e impedir que você se prejudique, não é?
Ela juntou as mãos e entrelaçou os dedos. - Vamos supor também que o seu anjo não possa aparecer para avisá-lo, pois isso seria contra as regras angelicais. Mas que lhe fosse permitido utilizar disfarces para interferir em seu caminho - disse.
Fez uma pausa para certificar-se de que eu estava acompanhando a história.
- Ao perceber um perigo adiante, ele poderia transformar-se num motorista dirigindo um carro caindo aos pedaços e entrar na sua frente para atrasá-lo ou num caminhoneiro que decide manobrar no exato momento em que você está passando. Desse modo, quando você for liberado, o perigo já não existirá mais.
Comecei a sorrir, mas permaneci em silêncio.
- O semáforo que fecha bem na sua vez de passar, o elevador que demora uma eternidade, um pneu furado, o telefone que não funciona, uma chuva inesperada... Tudo isso pode ser obra de seu anjo da guarda para atrasá-lo um pouco e salvá-lo dos acidentes. Já pensou nisso? - finalizou. Olhei para ela, admirado, e recebi uma piscadela por cima dos óculos
escuros.
Explodi numa gargalhada. Era realmente genial. Eu ia começar a falar, mas ela apontou algo.
- Veja! Lá está um exemplo de como trabalham nossos anjos da guarda. Pare o carro para podermos ver melhor - pediu.
Ela indicava um grupo de crianças que brincavam de pular corda numa praça. Estacionei e ficamos observando durante algum tempo.
Duas crianças giravam a corda, e as outras esperavam a vez de entrar para pular.
Eu não estava entendendo qual era a relação daquela brincadeira com a história dos anjos da guarda, mas já estava me acostumando com suas excentricidades. Ela começou a explicar.
- Para pular a corda é preciso saber o instante exato de entrar. Se estiver adiantado ou atrasado, ela baterá no seu pé. E para saber qual é o momento certo é preciso sentir o ritmo da corda e entrar em ressonância com ele. Uma menininha começou a se preparar para entrar. - Observe o que ela irá fazer - sugeriu.
Prestei mais atenção.
A menininha aproximou-se, olhando fixamente o movimento da corda. Pouco depois, seu corpo começou a oscilar no mesmo ritmo, e, no instante seguinte, ela entrou e começou a pular. Contou dez saltos em voz alta e saiu, passando a vez para a próxima criança.
- E então? O que essa brincadeira tem que ver com o trabalho dos anjos da guarda? - perguntei. Ela virou-se para mim.
- O universo possui um movimento semelhante ao da corda. Os antigos chineses batizaram este ritmo de Tao. Quando o respeitamos, tudo em nossa vida funciona maravilhosamente bem. Nossa saúde é boa, prosperamos nos negócios, fazemos boas amizades, dormimos felizes e acordamos dispostos. A vida torna-se fácil, leve e divertida.
Fez uma pausa e suspirou.
- Entretanto - continuou -, às vezes saímos do ritmo... Queremos pular a corda no momento errado. Olhou para mim e ajeitou seus óculos antes de prosseguir.
- É isso que nosso anjo sabe. Ele conhece o ritmo da corda universal.
Então, para evitar que ela bata em nossos pés, tenta nos atrasar até chegar uma nova oportunidade... As vezes, conseguimos driblá-lo e insistimos em permanecer fora do ritmo.
- Como quando arrisquei ultrapassar o carro velho que estava na nossa frente - murmurei.
Ela sorriu concordando.
- Ainda bem que seu anjo foi rápido e conseguiu arranjar um caminhão para detê-lo. Nem sempre eles conseguem ser tão eficientes - disse.
Fiquei alguns segundos olhando para ela sem dizer nada.
- Você é única, sabia? - declarei, quebrando o silêncio.
- Espero que, de agora em diante, você seja capaz de identificar sozinho as manifestações de seu anjo e pare de chamá-lo de idiota - recomendou.
- Vou tentar, mas devo admitir que ele é um mestre nos disfarces.
- Todos eles são, por isso são anjos.
- Pegue as uvas e vamos brindar aos nossos anjos - sugeri.
Liguei o carro, e seguimos até a estrada, comendo uvas.

sábado, 30 de outubro de 2010

Frase do Dia

"Se você nunca jogar os dados, nunca fará um seis".

(Autor desc.) Edeli - São Paulo/SP

O Livro da Bruxa - 4º Capítulo

4º Capítulo - Perspectivas

Chegou o entregador de frutas! - bradei ao entrar no quarto. - Olá! Achei que você viria mais cedo - ela respondeu, colocando de lado a revista que estava lendo.
Eram quase dez horas da noite. Eu estava bastante atrasado porque
tinha passado na casa de um amigo antes de ir ao hospital. Ficamos conversando, e eu me esqueci da hora.
- Desculpe-me pelo atraso... Como combinamos, hoje não estou aqui como médico. Mas antes de assumir meu papel de visitante, deixe-me saber como você está. Teve algum episódio de tosse ou febre?
- Nem tosse nem febre. Estou muito bem, obrigada.
Coloquei o pacote que havia trazido sobre a mesa.
- Trouxe-lhe algumas frutas. Pretendia trazer uma pizza também, mas depois achei que não seria muito adequado - gracejei.
- Obrigada. Comeremos pizza numa outra ocasião. Que frutas você trouxe? - perguntou.
- Uvas e maçãs.
- Então vamos comer uvas. Você já jantou?
- Comi um lanche na casa de um amigo antes de vir para cá - respondi.
- Ótimo. As uvas serão uma excelente sobremesa. Você se importaria em prepará-las para nós?
- Terei o máximo prazer - disse, adotando uma atitude galante.
Abri o pacote, peguei dois cachos de uva e lavei-os. Entreguei um a ela e acomodei-me na cadeira com o outro. - E então, qual é o tema da aula desta noite? - perguntei, antes de colocar uma uva na boca.
Ela franziu a testa.
- Primeiro vamos ver se você aprendeu algo da aula anterior. Fale-me sobre a figura de ontem.
- O quadrado e suas diagonais? - perguntei. - Sim. É uma das possibilidades - ela disse. Peguei uma folha de papel e comecei a reproduzir a figura, ganhando tempo para relembrar.
- Bem... Aprendi modos diferentes de ver a mesma coisa. Consegui vê-lo como um problema de geometria, um envelope, uma ampulheta, uma porteira... Acho até que, com o tempo, encontrarei outras possibilidades.
Enquanto eu desenhava, ela olhava interessada para suas uvas. Parecia uma criança com um novo brinquedo.
- As possibilidades são infinitas. O único limite é até aonde queremos ir - murmurou como se estivesse falando para si mesma.
- Você conhece outras coisas que podem ser vistas neste desenho? - perguntei, insinuando um desafio.
Como um aluno esperto diante de um problema difícil, eu tentava aproveitar a distração da professora para obter a resposta sem precisar pensar a respeito.
Ela percebeu minhas segundas intenções.
- Nada como conseguir as coisas sem trabalho, não é? Você continua querendo colecionar mapas e ainda não tomou coragem para empreender suas próprias viagens - recriminou-me.
- Tenha um pouco de paciência comigo. Prometo me esforçar. Mas estamos numa noite de sábado e meu cérebro não funciona bem nesta condição... Ajude seu pobre aluno... Que outra possibilidade posso ver neste desenho? - balbuciei, fingindo sofrimento.
Ela retirou uma uva do cacho e saboreou-a com toda a calma do mundo antes de responder.
- Uma pirâmide vista por cima.
Olhei para a figura e lá estava a vista aérea de uma pirâmide.
Uma pirâmide vista por cima! É claro, uma pirâmide vista por cima!
Como é que eu não havia percebido antes? Imagens de desertos, camelos e tendas árabes surgiram em minha mente.
Estava fascinado com aquele jogo. Como era possível o mesmo desenho transformar-se em coisas tão diferentes? Tornei a desafiá-la.
- Muito bom. Há mais alguma coisa neste desenho?
- Esta figura é como nossas vidas. Há infinitas possibilidades. Nós é que determinamos quantas e quais queremos ver. É um poder que todos nós possuímos. Podemos utilizá-lo ou não.
Fiz cara de quem não estava acreditando. Achava que ela tinha esgotado seu repertório e estava blefando. Ela percebeu minha incredulidade e, sem desviar o olhar das uvas que segurava, balançou a cabeça.
- Muito bem. Vou lhe dar mais uma possibilidade... mas se quiser
outras terá de consegui-las sozinho, combinado? - propôs. - Combinado - concordei.
- Então tente um corredor bem comprido. Um corredor infinitamente longo - sugeriu.
- Um corredor?
Olhei para o desenho e a pirâmide havia-se transformado num longo corredor. Lá estavam as paredes, o teto e o piso seguindo até o infinito.
Não contive minha surpresa.
- Você é uma bruxa de verdade, não é? - perguntei.
- Sou como o desenho. Posso ser uma bruxa ou muitas outras coisas.
Acho que preferiria ser uma fada. As bruxas não são bem-vistas pelas pessoas.
Entretanto, uma bruxa é mais compatível com a forma na qual você me vê. Então, continuarei sendo uma bruxa, está bem? - declarou, divertida.
Acenei com a cabeça, concordando.
Ela levantou-se da cama e postou-se na minha frente. - Esta nossa capacidade de transformar as coisas é a base de uma vida produtiva e repleta de bons momentos. Contudo, muitas pessoas não utilizam este poder.
Vêem apenas uma possibilidade e passam a vida reclamando de limitações que na realidade não existem. Andou um pouco pelo quarto antes de continuar.
- Qualquer coisa pode ser trabalhada como este desenho - concluiu, apontando para a folha de papel. - Gostaria muito de concordar com você, mas me parece um método para fugir dos problemas. Não dá para olhar para algo ruim e simplesmente transformá-lo em alguma coisa boa. Pelo menos eu não sei como faze-lo - retruquei.
- Não existem coisas boas nem ruins. Nós é que as rotulamos de boas ou ruins, segundo nossas crenças. A mesma situação pode ser encarada como algo bom por uma perspectiva e ruim por outra. É isso que a brincadeira com o desenho nos ensina.
- Gostaria de ver isso na prática - suspirei. - Dê-me um exemplo.
- Ah! sempre relutando em tentar sozinho. Nada como ter tudo mastigadinho, não é? - censurou-me. Voltou para a cama e cobriu-se com o lençol. -Vou providenciar alguns exemplos práticos para você, mas também ficará a seu cargo estendê-los para todas as outras coisas da sua vida.
- E quando será esta aula prática? - perguntei. -Você saberá quando for a hora. Não se preocupe. Arrumou o travesseiro e deitou-se, preparando- se para dormir.
- Obrigada pela visita e pelas frutas. Não quero ser indelicada, mas amanhã terei muitas coisas para fazer e gostaria de dormir agora. Deseje-me uma boa noite de sono e vá aproveitar esta linda noite de sábado. Passe aqui amanhã pela manhã.
Levantei-me, beijei-a carinhosamente no rosto e recomendei-lhe bons sonhos.
- Obrigado pela aula - agradeci. - Obrigada pela companhia. Apaguei a luz ao deixar o quarto. Interpretações Fui para casa pensando em tudo que havíamos conversado. Ela mudara por completo meu conceito de envelhecer. Se eu chegasse a uma idade avançada, gostaria de estar tão ativo quanto ela.
Talvez, como ela havia sugerido, não existissem coisas boas nem ruins.
Lembrei-me de um padre do colégio em que estudei. “Temos de fazer como as plantas: quando caírem porcarias sobre nós, devemos transformá-las em adubo e usá-lo para crescermos ainda mais fortes”, ele sempre repetia. Lembrei-me também de uma situação engraçada que aconteceu com um amigo.
Certa vez sua esposa precisou sair durante a tarde de um domingo e deixou-o tomando conta dos filhos, uma menina de cinco e um menino de quatro anos. Dois pequenos furacões, com toda aquela energia inesgotável da idade. Era uma missão bastante desafiadora, pois ele nunca tinha assumido tal encargo sozinho. Para complicar, a decisão do campeonato de futebol ia ser transmitida pela TV, e ele pretendia assisti-la a qualquer custo. Meia hora após a saída da esposa, ele já se sentia totalmente esgotado.
As crianças corriam pela casa, subiam e desciam as escadas, espalhavam brinquedos, riam e gritavam. Um verdadeiro terremoto de grandes proporções.
Claro que ele tentou estabelecer alguns acordos, mas seu esforço de paz foi devidamente ignorado.
A partida de futebol estava começando, e o garotinho, não satisfeito com a anarquia já instalada, decidiu ligar o equipamento de som num volume altíssimo.
Buscando resolver a situação sem violência, meu amigo tentou convencê-lo a diminuir o volume. Foi em vão. Testando os limites do pai, o garoto aumentou ainda mais o volume e riu sadicamente.
Vendo-se arrastado pela catástrofe, o pai perdeu a paciência e fez algo que nunca havia feito antes. Levantou-se irritado do sofá e pós o filho de castigo. Colocou uma cadeira de frente para a parede e mandou-o ficar sentado lá, em silêncio absoluto.
O menino obedeceu sem reagir e sentou-se, ainda segurando um carrinho de plástico na mão.
Depois disso, a casa ficou um sossego, e ele pôde assistir ao jogo sem mais problemas.
Entretanto, a paz foi tanta, e o futebol, tão emocionante que ele se esqueceu completamente do filho no castigo. Só lembrou do fato no intervalo da partida, quase uma hora depois.
Quando isso aconteceu, ele pulou do sofá como se um alarme tivesse
disparado em sua cabeça e correu arrependido para o local onde deixara o filho confinado havia tanto tempo.
O menino estava lá, quieto e concentrado em seu carrinho de plástico.
O diálogo que se seguiu foi mais ou menos o seguinte.
- Pronto, já pode sair do castigo agora - disse o pai, tentando manter a autoridade, mas sentindo um aperto no coração pela punição exagerada.
E o menino, ainda entretido com o seu carrinho, respondeu:
- Ah, pai. Deixe-me brincar mais um pouquinho aqui no castigo.
O mais engraçado é que a irmãzinha, ouvindo o que estava acontecendo, pediu para participar.
- Pai, deixe-me ir para o castigo? Eu também quero brincar de castigo!
- exigiu, já arrastando outra cadeira de frente para a parede e sentando-se ao lado do irmão.
Quando ouvi essa história, achei-a brilhante. O menininho havia transformado
uma situação desfavorável numa divertida brincadeira.
Ao relembrá-la, percebi que era um exemplo perfeito da lição que a bruxa tentava me mostrar. Podemos transformar nossas vidas apenas alterando a perspectiva pela qual encaramos nossos problemas. Convertendo coisas aparentemente ruins em bom adubo.
Os alquimistas sempre buscaram a capacidade de transformar metais comuns em ouro. Mas talvez a grande obra seja esta nossa capacidade de transformar as situações desfavoráveis em momentos preciosos, inspiradores e divertidos.

Naquela noite comecei a sentir o ranger de algumas portas da minha alma, há tanto tempo fechadas, se abrindo.

  • Links para os Capítulos anteriores:
1º Capítulo, 2º Capitulo, 3° Capítulo

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Frase do Dia

Você faz suas ESCOLHAS, mas suas escolhas fazem você !
(Autor desc.) Cintia – Curitiba/PR

O Itaú está distribuindo gratuitamente 1 kit de 4 livros de histórias infantis

Ação visa incentivar a leitura junto às crianças de até 6 anos. Interessados devem se cadastrar pelo site para receber o kit com quatro livros.

O Banco Itaú, através de sua Fundação Itaú Social e de seu projeto Itaú Criança, lançado em 2006, está distribuindo 8 milhões de livros infantis para crianças de até 6 anos, gratuitamente. O projeto visa incentivar o gosto pela leitura junto a esse público, o que é um bom caminho para o desenvolvimento completo das crianças e para o crescimento do país.

Os pais, tios, avós e irmãos mais velhos só precisam se cadastrar no site WWW.lerfazcrescer.com.br, solicitando o seu kit com quatro livros. Depois de cerca de 20 dias, os livros chegam ao endereço indicado, então é só ler e, quando terminar, emprestar para o vizinho, para o amiguinho da escola, para o primo etc...

"Para o Itaú, a educação é a maneira mais eficaz de construir um mundo melhor e acompanhar a vida escolar das crianças, sendo esse o primeiro passo para transformar a educação brasileira e a vida de muitos jovens. Por isso, fundamentado no Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA, a Fundação Itaú Social busca reforçar todos os anos a importância do ECA através de ações voltadas à educação".

Inscreva-se e aproveite essa oportunidade de fazer as crianças se interessarem pelos livros e gostarem da leitura. Ler para as crianças, aproxima e cria uma atmosfera de sonho e encantamento no imaginário desses pequenos. Aproveite isso!

Eu já me inscrevi e fui informada que em 20 dias chegarão os livros!

O Livro da Bruxa - 3º Capítulo

  • Se você perdeu algum capítulo, no rodapé desse artigo, você encontrará os links para acessá-los.
3º Capítulo - Quadrado

Fui visitá-la novamente na tarde seguinte. Após os cumprimentos, ela pegou um guardanapo de papel e colocou-o sobre a mesinha.
- Hoje gostaria de mostrar-lhe algo importante. Empreste-me sua caneta - pediu.
Entreguei-lhe a caneta, e ela começou a desenhar algumas linhas retas.
Estava decidido a não mais me surpreender com as coisas que ela fizesse ou dissesse, mas não pude deixar de admirar a firmeza de sua mão ao executar o desenho.
Quando terminou, tinha criado a figura de um quadrado com duas diagonais.
- O que significa esse desenho para você? - perguntou, mostrando-me sua obra.
- É algum tipo de teste para avaliar meu perfil psicológico ou posso responder sem medo de estar sendo analisado? - perguntei, tentando ganhar tempo.
- Apenas gostaria de saber o que você vê nele - tranqüilizou-me.
- Aparentemente é um quadrado e suas duas diagonais... Acertei?
Ela esboçou um sorriso, percebendo minha tensão em responder algo inteligente.
- Não existe certo nem errado. É apenas um desenho - disse.
Ela parecia estar se divertindo com minha preocupação.
- Quando você o vê como um quadrado e suas diagonais, que pensamentos vêm à sua mente? - perguntou.
- Quer realmente saber isso? - indaguei, tentando ganhar mais algum tempo.
- Só se você não quiser contar - respondeu, divertindo-se com minhas evasivas.
- Então vamos lá - declarei, decidido. - Esse desenho me faz lembrar um problema de geometria... Fico até angustiado imaginando se a próxima pergunta será sobre o valor de algum ângulo ou o cálculo da distância entre dois pontos... Acho que não são lembranças muito boas do tempo da escola - concluí.
Ficamos alguns segundos em silêncio.
- Não precisa ficar angustiado. Vou salvá-lo dessa situação... A figura pode ser o desenho de um envelope. Consegue vê-lo? - perguntou.
Olhei novamente para o papel.
Como num passe de mágica, o problema de geometria havia desaparecido e lá estava o desenho de um envelope. Nenhuma linha havia mudado, mas milagrosamente a figura era outra.
Não consegui disfarçar e sorri como uma criança deslumbrada. Sempre gostei muito de mágicas e, quando vi o envelope, foi como se tivesse visto um elefante saindo de uma caixa de fósforos.
- Ah, é um envelope. Não pude percebê-lo da primeira vez, mas agora...
- Que tipo de pensamentos este envelope lhe traz? - perguntou, séria.
- Envelope... envelope... - fingi estar procurando algo na memória.
- Não faça cena. Quando você viu o envelope, algo surgiu em sua mente. Afinal, não é a primeira vez que você vê um envelope. Já existiam coisas associadas a ele na sua memória. Você só está ganhando tempo porque não tem certeza se quer me contar, não estou certa? Tinha sido apanhado. Parecia impossível tentar despistá-la.
- Está bem, confesso. Lembrei-me de uma amiga que mora em outro país. Conheci-a numa viagem que fiz há cerca de quinze anos. Trocamos muitas cartas antes dela se casar. Sempre quando vejo um envelope lembro- me dela... Tem certeza de que esta figura não é um teste para revelar minhas características psicológicas?
- Pare de se preocupar em não se expor. Você ainda não percebeu que eu não preciso de nenhum teste psicológico para descobrir o que quero...
Sou uma bruxa. Sei tudo a seu respeito. Inclusive coisas que você mesmo desconhece. Estou apenas lhe mostrando algo para facilitar seu caminho, portanto pare de relutar e aprenda.
Eu não conseguia distingüir quando ela estava falando sério de quando dizia algo apenas para me atiçar. Será que ela acreditava ser realmente uma bruxa? Ou tinha dito aquilo apenas para me provocar? Sua aparência frágil e sua idade avançada ocultavam uma mente brilhante, capaz de manter o controle absoluto em qualquer situação. Ela era o tipo de pessoa que eu gostaria de ter ao meu lado caso entrasse em alguma encrenca.
- Ah, uma bruxa! É a primeira vez que tenho uma bruxa como professora... Pensando bem, acho que já tive algumas professoras bruxas; elas adoravam me deixar para exame no final do ano.
Fiz uma careta, como se tivesse algo azedo na boca. - Entretanto, não acredito que você seja uma daquelas professoras bruxas - continuei. - Talvez seja mais como uma bruxa professora, não é? Espero não ficar de recuperação na sua matéria. Não estou mais em idade de fazer provas nas férias.
- Não se preocupe. Não será esse o caso - comentou.
- Também gostaria que você contasse as coisas a meu respeito que ainda não sei. Economizaria um bom dinheiro de analista - argumentei.
- Vou fazer melhor do que isso: vou mostrar-lhe como descobri-las por si mesmo. Melhor que dar o peixe é contar como se pesca, não é o que diz o ditado? Pegou novamente a folha de papel.
- Vamos brincar um pouco mais com a nossa figura. O que mais você consegue ver neste desenho? - perguntou, retomando o ar professoral.
- Não sei, deixe-me pensar...
Fiquei olhando o desenho durante quase um minuto, mas não conseguia me concentrar. Só via o envelope ou o problema de geometria.
O silêncio era absoluto, e minha ansiedade crescia com o passar do tempo. Ela permanecia serena. Tive a impressão de que, se ficasse mais um ano olhando para a figura, ela esperaria pacientemente. Era como um jogo de xadrez. O próximo movimento era meu, e ela apenas aguardava minha jogada.
Olhei para ela pedindo socorro.
- Não estou conseguindo... Preciso de ajuda - admiti, envergonhado.
- Que tal uma ampulheta? - sugeriu. - Sabe o que é uma ampulheta, não é?
- Claro que sei. É um tipo antigo de relógio feito de vidro no qual se coloca areia. Quando virado de cabeça para baixo, a areia escorre lentamente da parte superior para a inferior - discursei com ar de grande entendido.
Decidi temperar um pouco mais nossa conversa. - Lembro-me de que tive uma quando vivi em Roma na época do Império, mas isso foi numa de minhas outras vidas - ironizei, querendo ver qual seria sua reação.
- É bom saber que você se lembra de outras vidas. Será útil para aproveitar melhor esta - rebateu, desarmando-me.
Fiquei sem ação.
- Agora olhe para a figura e veja se consegue ver a ampulheta - ordenou.
Obedeci e tornei a olhar para o desenho.
Numa fração de segundo a mágica ocorreu novamente. O envelope se transformou numa ampulheta. Podia ver os dois cones de vidro formados pelos triângulos superior e inferior e o suporte de madeira formado pelas linhas laterais. Mais uma vez não consegui conter a expressão de quem vê algo mágico acontecer bem diante dos olhos.
Senti que ela observava divertida meu deslumbramento.
- Que pensamentos a ampulheta lhe traz? - perguntou no exato instante em que algumas imagens surgiam em minha mente.
Deixei as idéias fluírem.
-Vejo um alquimista medieval colocando um frasco no fogo e virando a ampulheta para marcar o tempo. É alta madrugada. Ele está só em seu laboratório e sonha com o dia em que será capaz de produzir o elixir da longa vida e tornar-se imortal.
Fiquei surpreso com as idéias que eu mesmo acabara de expor.
- Parabéns, está ficando poético e soltando um pouco mais a imaginação.
Isso é muito bom. Assim nosso trabalho fica mais divertido, não acha? - disse, sorrindo.
Era uma legítima professora estimulando um aluno pelo acerto.
- Obrigado. Acho que estou começando a pegar o jeito.-Agradeci e fiz uma reverência, como um ator no final da peça.
- Então vamos continuar... O que mais você consegue ver no desenho?
- Tem outra coisa para ser vista aí? - duvidei. - Só depende de você.
O que acha?
Depois de ter recebido os parabéns, não pretendia, sob nenhuma hipótese, passar um atestado de falta de imaginação. Olhei para a desafiadora figura e procurei uma nova abordagem.
Concentrei-me durante algum tempo tentando achar uma solução.
De repente, tive um estalo.
- Ah, já sei... Estou vendo uma porteira. É, sim, é uma porteira - concluí, entusiasmado com minha descoberta.
Ela apenas olhou para mim e sorriu.
- Agora você quer saber o que a porteira me faz lembrar, não é? - continuei.
Ela balançou levemente a cabeça, concordando. - Estou lembrando do sítio do meu tio. Lá havia uma porteira igual a essa. Fui para lá algumas vezes. Quando chegávamos, era preciso descer do carro para abri-la. O sítio foi vendido há muitos anos... Tenho boas recordações daquela época.
As lembranças chegavam velozes, e continuei divagando sem restrições.
- Era muito agradável dormir com o barulho dos grilos e acordar com o canto dos galos. Também havia uma pequena cachoeira perto da casa.
Tomei banho nela algumas vezes. A água era gelada, deliciosa... Mas foi há muito tempo. Não faria isso de novo. Especialmente depois de ter aprendido que é possível contrair esquistossomose em lagos contaminados - finalizei.
Ela levantou uma sobrancelha quando falei sobre a esquistossomose.
- Desta vez você começou com poesia, mas foi trazido rapidamente à realidade pelos seus conhecimentos médicos. Pensar em esquistossomose quebrou todo o encanto... Alguns conhecimentos, às vezes, nos atrapalham - concluiu.
- Mas evitam que a esquistossomose nos pegue - rebati.
- Também impedem que tomemos banhos de cachoeira, não é?
Ela colocou o desenho de lado antes de prosseguir. - Não estou dizendo que devemos nos arriscar de modo insensato, mas com um pouco de bom senso podemos assumir alguns riscos e tornar a vida muito mais interessante...
Ao beijar alguém, você também pode contrair uma doença. Mas qual é a graça de passar a vida sem beijar e ser beijado?
- Tem razão. Como disse um poeta, “O porto é o lugar mais seguro para um barco, mas ele não foi feito para ficar lá; seu destino é navegar” - declamei.
Ela bateu palmas delicadamente.
- Parece que retomei a inspiração poética, não é? - brinquei.
- A palavra poeta vem do grego e significa aquele que faz. Comparar pessoas a barcos ou a vida a uma pintura é típico da poesia. Ela permite estabelecer semelhanças entre coisas diversas... também possibilita ver a mesma coisa por diferentes perspectivas.
Pegou o papel e mostrou-me o desenho.
- Brincar com esta figura é uma forma de exercitar esta capacidade.
Se soubermos utilizá-la, poderemos perceber as maravilhas ocultas em nossa rotina e modificarmos nossas vidas.
Uma nota de melancolia insinuou-se em sua voz, e ela começou a falar como se estivesse conversando consigo mesma.
- Infelizmente este nosso dom é pouco utilizado. Essa é a principal causa pela qual as pessoas atrofiam a capacidade de se maravilhar com o mundo. Tornam-se angustiadas e insatisfeitas. Não conseguem ver os tesouros que estão todo o tempo bem diante de seus próprios olhos - suspirou.
De repente, como se tivesse sido apanhada distraída durante o trabalho, retomou a disposição anterior.
- Que mais você consegue ver aqui? - disse, indicando o desenho.
- Ainda há outras coisas nesta figura? - perguntei incrédulo.
Ela colocou o papel de lado.
- Tem razão, não vamos exagerar. Você já tem coisas suficientes para pensar por hoje. É hora de descansarmos. Amanhã é sábado, você virá me visitar?
- Amanhã é o meu dia de folga. Outro médico está encarregado de visitá-la. Entretanto, se você permitir, virei apenas para conversarmos. Posso chegar no início da noite. Aceita? - propus.
- Será um prazer, mas devo avisá-lo de que o horário de visitas deste hospital é até as dezessete horas. Se você chegar no início da noite, não poderá entrar - disse, num tom maroto.
- Vou revelar um segredinho. Tenho isso para mostrar na portaria - sussurrei, apontando para meu crachá. - Eles pensarão que sou médico e me deixarão entrar mesmo fora do horário - brinquei.
- Ah, muito bom.... Só espero não despertar ciúme em nenhuma esposa ou namorada pelo fato de você estar vindo me visitar no sábado à noite.
- Quanto a isso, pode ficar tranqüila. Estou absolutamente solteiro e não tenho nenhum outro compromisso marcado.
Era verdade. Eu tinha terminado havia pouco tempo um relacionamento de vários anos e estava tentando me manter longe dos compromissos mais sérios. Tinha passado minhas últimas noites de sábado comendo pizza e ouvindo músicas sozinho em meu apartamento.

  • Links para os Capítulos anteriores:
1º Capítulo
2º Capitulo

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Curso MUDE A SUA VIDA EM 30 DIAS - 16 Dia

Tema - Prosperidade

Ritual Matutino

Citação do Dia

"A vida é Agora. Está tudo bem agora. Tudo acontece Agora. Agora é o lugar onde você está percebendo a realidade do tempo-espaço. Você sabe quanta coisa foi ajustada para esse momento estar acontecendo?
Como você está usando o seu Agora? Como você está contribuindo para essa conjectura? Quanto de você está em estado de abertura? Quanta energia você está permitindo fluir através de você?


Quanto de você está pronto?
Ou...quanta coisa irrelevante você está usando para ficar se beliscando?
Sim, se alguém disse “Terroristas”, dizemos “Psssiu!”. Se alguém diz “Guerra Mundial”, dizemos “Psssiu!”. Se alguém diz “Colapso econômico”, dizemos “Psssiu!”. Irrelevante. Irrelevante para o esquema de quem somos. Não sabe quem somos? E você não sente o poder desse momento?
Seu Ser Interior sente e está disposto e pronto para qualquer momento.
Disposto e pronto.
Disposto e pronto.
Disposto e pronto.
Sempre disposto.
Sempre pronto.
Sempre disposto.
Uma inteligência pronta para fluir através de você. Todas as fontes de clareza, perseverança e bem estar que não consegue nem ter idéia para poder imaginar.
Tudo bem aqui, exatamente aqui, exatamente aqui, exatamente aqui, exatamente aqui.
Nenhuma razão para você não vivenciar a totalidade, a inteireza de tudo isso."
  •  Sorria por 1 minuto
- Essa prática aumenta os níveis de serotonina em seu sistema e é um poderoso antidepressivo – sorria enquanto conta até 60.
  • Medite por 5 minutos
- A técnica de hoje: conscientemente inspire e respire contando 60 respirações completas.
  • Faça o Exercício do Descanso de Pratos por 5 minutos
Coisas que desejo fazer     -         Coisas que o Universo fará
  • Coloque seu valor virtual em sua planilha do jogo da prosperidade.
Durante o Dia

De acordo com o tema do dia, em relação ao que você quer que seja verdade para você, implemente as ferramentas e técnicas.
1) Torne-se consciente do nível de sua vibração
Técnica do dia: Em qualquer sintoma que você esteja vivenciando, pergunte-se “O que está me chateando?”. Essa pergunta leva você ao coração de sua resistência. Então, pergunte-se “Como quero me sentir?” e pondere a respeito.
2) Desenhe os sonhos para a sua Caixa de Criação
Sobre a sua pergunta “Como quero me sentir?” coloque a resposta para “O que desejo?” em sua Caixa de Criação.

3) Faça o exercício da Realidade Virtual – 30 segundos de uma cena de contentamento
Qual é a época do ano? Que horário do dia? Onde (cenário interno ou externo)? Quais são as pessoas de bom humor que estão nessa cena? O que você vê, escuta, cheira, saboreia, sente, faz? Entre na cena. Sinta-se bem.
Saia da cena.
4) Gaste sua quantia virtual do jogo da prosperidade que você se permitiu.
Ritual Noturno

Vídeo Áudio - A Lei da Ação e Reação: clique aqui

  • Lembre-se das coisas boas do dia
  • Lista de Sucesso

Hoje eu gostei e me diverti com:
__________________________________________________
____________________________________________________________
  • O Livro dos Aspectos positivos
Relate novas características positivas sobre você e sobre as outras pessoas e coisas em geral.
Relembrando, escreva na parte reservada em seu caderno para esse fim, os seus aspectos positivos ou seja, as suas qualidades. Escreva também aspectos positivos de pessoas que conhece, lugares, animais, flores, filmes, roupas, perfumes, carros, lazer, etc. Esse exercício deverá ser realizado diariamente até o final do curso.
Além de fazer uma lista sobre seus aspectos positivos, escreva sobre mais 5 temas.
Por exemplo:
Eu gosto em mim: _____________________________________________
Eu gosto de tal lugar porque :____________________________________
Eu gosto de ouvir tal música porque :_____________________________
Eu gosto ______________________________________
Eu gosto ______________________________________
Eu gosto ______________________________________

  • Intenção de Seguimento para dormir e ter um período de sonho
Forma como utilizaríamos nossos sonhos de modo mais eficaz:

Antes de ir dormir, dizemos:
“Acredito que sonharei essa noite.
Manifestarei enquanto estiver dormindo: ____________(aqui você diz o que quer que seja manifestado enquanto estiver dormindo)__________.

E se há algo significativo no meu sonho, desejo lembrar-me quando acordar”.

E de manhã, a primeira coisa que você fará será – assim que acordar – tornar-se consciente de que voltou para sua consciência física e perguntar se:
“Eu sonhei?”.

E se você sonhou, pergunte a si mesmo, mesmo que seja de forma incerta:
“Como senti o sonho?”.

Há muito mais informação na forma como você sente o sonho do que nos fatos que ele apresenta.

Frase do Dia

"É na hora da decisão que você traça o seu destino"
Autor desc. - Enviada por Débora

O Livro da Bruxa - 2ª Capítulo

    • Se você perdeu algum capítulo, no rodapé desse artigo, você encontrará os links para acessá-los.


Apesar dos percalços, gosto muito da minha profissão. Certa vez um professor comentou que o médico sempre pode fazer algo pelo paciente, mesmo que seja apenas consolá-lo. Nunca me esqueci deste conselho.
O dia foi bastante atribulado, como é normal na vida médica. Atendi muitas pessoas com os mais diferentes tipos de problemas e tentei ajudá-las da melhor maneira possível. No final da tarde, subi para fazer a visita rotineira aos pacientes internados.
No hospital, temos um protocolo de duas visitas diárias às enfermarias, uma pela manhã e outra no final da tarde. Deste modo, é possível ajustar as medicações e acompanhar melhor a evolução dos pacientes.
Outro aspecto positivo deste procedimento é que o paciente é sempre cuidado por dois médicos. Isso diminui a chance de se instituir um tratamento incorreto e permite que os casos sejam discutidos entre dois profissionais igualmente informados sobre as condições dos pacientes.
Pela manhã, a agitação nas enfermarias é sempre intensa. A equipe de enfermagem administra a medicação matinal e auxilia os pacientes no banho. Ao mesmo tempo é distribuído o desjejum, e os médicos passam
pelos quartos. Muitos colegas gostam da agitação desse horário. Não é o meu caso. Prefiro fazer a visita da tarde, quando as enfermarias estão mais calmas e posso trabalhar com tranqüilidade.
Deixei para visitar minha nova paciente por último. Tínhamos uma conversa para terminar, e isso seguramente levaria algum tempo extra.
Quando cheguei ao seu quarto, ela estava terminando de comer um pote de gelatina.
- Boa tarde, lembra-se de mim? - cumprimentei-a alegremente.
- Boa tarde! Como poderia esquecê-lo. Sou sua leitora assídua - respondeu.
Desde a véspera, eu ficara impressionado com sua lucidez. Aos 86 anos é comum existir algum grau de senilidade nas pessoas. A memória torna-se comprometida, e o convívio social fica bastante prejudicado. É
uma situação muito triste e injusta. Contudo, senilidade não era o caso daquela paciente. Sua mente e seu corpo pareciam ignorar a idade avançada.
Desde o dia anterior, não havia registro de febre ou outra intercorrência em seu prontuário médico, e ela demonstrava a disposição de uma jovem de 20 anos.
Examinei-a novamente e não encontrei nenhum sinal da pneumonia.
Era como se ela nunca tivesse estado doente.
- A senhora está muito bem de saúde. Se não fosse pelo seu nome nas radiografias, poderia jurar que a pessoa com pneumonia era outra - comentei.
- Eu disse que a doença era apenas um pretexto para encontrá-lo.
Agora, já desliguei-a - ironizou.
- Não era preciso contrair uma pneumonia para falar comigo, bastava me telefonar - provoquei.
- Pelo telefone não teria o mesmo impacto, e eu não receberia a mesma atenção.
- Tem razão - admiti.
Anotei algumas informações em seu prontuário antes de continuar.
- Aliás, desde ontem estou curioso sobre meu novo trabalho. Quando terei mais informações? - perguntei, retomando nossa conversa da tarde anterior.
Ela adotou uma atitude maternal.
- De fato, não é um trabalho. É mais como um caminho a ser percorrido.
Fez uma pausa, como se estivesse organizando as idéias.
- Estamos vivendo numa época muito conturbada, e as pessoas estão perdendo a capacidade de se maravilhar com o mundo. Na verdade, todos nós podemos fazer com que nossa passagem por este planeta seja extraordinária, mas muitos não sabem disso e estão desperdiçando suas vidas, o bem mais precioso que possuímos - disse.
Acomodou-se melhor na cama e apanhou a colher de plástico que repousava no pote vazio de gelatina. Lembrei-me de uma antiga professora de matemática que sempre pegava um pedaço de giz quando ia explicar alguma coisa importante.
- Como comentei ontem, ao ler seus artigos tive minha atenção despertada... e durante algum tempo apenas acompanhei seu trabalho. Quando você publicou o artigo comparando a vida à escola de pintura, julguei ser o momento propício para auxiliá-lo.
Olhou-me direto nos olhos.
- Responda-me com sinceridade, você realmente pratica aquilo que escreve ou só coloca as palavras no papel? - perguntou.
Fiquei surpreso com esta abordagem tão pessoal e inesperada.
- Eu acredito nas coisas que escrevo - comecei me defendendo. - No entanto, acho meio complicado pôr em prática muitas delas - confessei.
- Pois é este o caminho que vim ajudá-lo a percorrer. Você descobriu um mapa no qual estão descritos lugares maravilhosos. Mas não basta pendurá-lo na parede e escrever artigos sobre ele, como vem fazendo. É preciso arrumar a mochila e visitar estes lugares, percorrer todas as estradas e trilhas. Caso contrário, sua vida não será vivida do modo extraordinário...
Você tem todos os pincéis, tintas e uma enorme tela à sua disposição. Não pinte um quadro tímido e limitado. Este desperdício é o maior e também o único pecado que poderá cometer - sentenciou.

No hospital, nós, os médicos, somos as autoridades máximas. Sabemos sobre doenças, tratamentos, procedimentos e prognósticos. Os pacientes são pessoas que confiam em nosso conhecimento e se submetem às nossas orientações. Entretanto, ela invertera completamente essa condição.
Eu passei a ser seu paciente.
Apesar disto, não lutei para reconquistar minha posição. Decidi deixar as coisas correrem para ver qual seria o resultado. Na sua presença, sentia-me como se tivesse sete anos e fosse meu primeiro dia na escola.
- Ah, professora... Posso chamá-la de professora, não é? Afinal, acho que a partir de agora sou seu novo aluno - disse, tentando conquistá-la.
- Podemos mostrar e até mesmo ajudar, mas acreditar que é possível ensinar algo para outra pessoa é uma grande ilusão. Ninguém é capaz de ensinar outra pessoa. Cada um de nós é o seu próprio professor - declarou solene.
- Mesmo assim vou considerá-la como professora - insisti, testando sua paciência.
- Como quiser. Se você acha conveniente, não me oporei - respondeu.
Decidi provocá-la um pouco mais.
- Dou aulas há quase vinte anos e agora você me diz que não é possível ensinar. Estou em crise.
- Não se preocupe, logo você irá superá-la - ironizou e deu uma piscadela travessa.
Nesse instante, uma jovem entrou no quarto. Não a reconheci, mas vi em seu crachá que era do setor de nutrição.
- Olá, doutor! Olá, vovozinha. Tudo bem? - disse, dirigindo-se alegremente a cada um de nós. - Desculpem-me interrompê-los.
- Não se preocupe, você não está interrompendo - respondi. - Estávamos apenas trocando idéias. Na verdade, eu já estava de saída. Preciso encontrar um colega no pronto-socorro antes de ir para casa.
Despedi-me de ambas dizendo que voltaria na tarde seguinte e deixei a jovem nutricionista fazendo seu trabalho.
Já tive contato com dezenas de pessoas idosas e admirava a forma como algumas envelheciam com dignidade. Infelizmente, muitas vezes não percebemos os verdadeiros tesouros disponíveis no contato com as pessoas mais experientes.
Claro que isso não é uma regra geral. Também existem idosos rabugentos e desagradáveis. Certa vez tratei de um velhinho especialista em reclamar e ofender. Ficou internado durante duas semanas e deixou toda a
equipe com os nervos à flor da pele. Fizemos uma festa com bolo e refrigerantes logo após sua alta. Quando ele saiu, todos respiraram aliviados, principalmente eu, pois durante todo o tempo da internação temi que alguém iria atirá-lo pela janela da enfermaria.
Minha atual paciente era a prova da sabedoria da natureza. Para cada ser humano desagradável existe outro excepcional.

Sua autoridade serena e sua lucidez me fascinavam. Como seria maravilhoso se todos pudéssemos envelhecer como ela.
  • Links para o Capítulo anterior:
1º Capítulo
2ª Capitulo - Novidades

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O Livro da Bruxa - 1ª Capítulo

Recebi da Josiane, uma seguidora do blog que mora na Califórnia, um e-mail dividindo as boas experiências que teve, depois que leu o livro - O Livro da Bruxa (Roberto Lopes). Disse que o conteúdo tinha mudado a vida dela. De presente, ela deixou copiado o conteúdo do livro no corpo do email, para que eu tivesse acesso e pudesse dividi-lo com vocês.

O livro é realmente mágico, porém diferente do que diz o título, não se trata de receitas de poções mágicas, rituais e coisas do tipo. Ele conta a história de um médico que em um certo momento conhece uma paciente com pneumonia que lhe diz ter um trabalho. Este trabalho ao qual ela se refere, mudará completamente a vida deste homem.Prefácio

Este livro é uma incrível aventura que nos mostra como as coisas mais corriqueiras podem ter vários significados se vistas sob outro prisma.

A cada página há um ensinamento, uma nova forma de ver a vida, uma maneira mágica de operar nossa mudança interior.

Publicarei diariamente um capítulo do livro  (total de 21), para que o maior número de pessoas possível, possam também fazer mudar as suas vidas...


Prefácio
Sempre acreditei que as bruxas fossem uma lenda... até recentemente.
De fato, elas existem. Compartilhei uma pequena viagem com uma delas e aprendi novas formas de ver o mundo.
Também foi desfeita a imagem que eu tinha de uma bruxa: velha, magra,nariz comprido com uma verruga, queixo pontiagudo, cabelos desarrumados, dedos finos, olhos esbugalhados e vestida num manto preto com capuz.
A bruxa que conheci é uma senhora de aparência absolutamente comum, bem no estilo das boas e sábias vovozinhas.
Após encontrá-la, em pouco tempo fui arrastado para uma aventura inesquecível. E só quando já estava irremediavelmente envolvido percebi a genialidade de seu disfarce.
Ela também não usou um caldeirão nem ingredientes exóticos como olhos de cobra e asas de morcego para fazer uma poção. Mestre na arte da bruxaria, trabalhou apenas com elementos do cotidiano. Um desenho no
papel, um carro velho atrapalhando o trânsito, crianças brincando, uma semente, um ventilador e outras coisas comuns transformaram-se diante de meus olhos em valiosíssimas lições.
Contudo, só depois percebi qual tinha sido sua maior mágica. As bruxarias que tanto me impressionaram no início foram apenas fagulhas de algo muito mais intenso. Sua grande obra foi me transformar.
Então compreendi o enorme poder atribuído às bruxas nos contos de fadas. Elas podem, sem dúvida, transformar pessoas em sapos, ou viceversa.
Felizmente o meu caso foi o segundo.
Depois de conhecê-la, comecei a perceber como o mundo é um lugar fantástico, muito mais do que a maioria de nós imagina.
Agora também sei que este livro é parte do encantamento que ela lançou sobre mim.
Deste modo, fique ciente, caso pretenda prosseguir na leitura, que está se arriscando a ser submetido ao mesmo feitiço.
Depois não vá me acusar pelas transformações que podem acontecer em sua vida.
Alegarei completa inocência.

1º Parte - Encontro

Nosso primeiro encontro aconteceu num final de tarde de primavera.
Havia chovido, e o ar estava fresco. Alguns relâmpagos ainda iluminavam o céu, e os trovões chegavam como rugidos de um animal distante. O sol, antes de se pôr, tinha encontrado uma fresta entre as nuvens e entrava horizontalmente pelas janelas do hospital.
Eu estava terminando meu plantão, visitando os pacientes internados na enfermaria do terceiro andar. Consultei a última ficha. Era uma senhora de 86 anos com diagnóstico de pneumonia.
Ela estava só em seu quarto, e quando entrei fui recebido com um grande sorriso.
- Boa tarde, doutor - disse, ajeitando-se melhor na cama.
- Boa tarde! Então a senhora é a famosa paciente com pneumonia - brinquei.
- Ainda não tão famosa, mas isso não é o mais importante - respondeu, bem humorada.
- Como a senhora está se sentindo hoje?
- Estou cada vez melhor. Não tive mais tosse, e após a chuva o ar está bastante agradável, sem poluição. Olhei as radiografias pulmonares feitas na véspera. A visualização dos brônquios era evidente e demonstrava
uma inflamação do tecido pulmonar, um dos sinais característicos de pneumonia.
Numa paciente jovem, um quadro deste tipo não é muito preocupante, pois os modernos antibióticos podem debelar rapidamente a infecção. Mas em pessoas idosas é necessário cuidado. Por isso, a idade acima de 65 anos é um dos critérios utilizados para internação nos casos de pneumonia.
- Gostaria de auscultar seus pulmões. A senhora poderia sentar-se? - perguntei.
- Claro que sim - respondeu, já se levantando com uma agilidade incomum para sua idade.
Ao examiná-la, percebi que os sons pulmonares estavam límpidos.
Não havia nenhum ruído anormal detectável através do estetoscópio, e sua freqüência respiratória era absolutamente normal. Fiquei surpreso, pois pacientes idosos desenvolvem quadros mais complicados. Umamelhora tão rápida numa senhora de 86 anos era bastante rara.
- Parabéns, a senhora está com os pulmões em franca recuperação.
Em breve poderá ir para casa - animei-a.
- Que bom... O senhor não sabe, mas gosto muito de ler seus artigos - disse, mudando repentinamente de assunto. - Quando recebo a revista, é a primeira coisa que leio.
Ela referia-se a uma revista na qual eu escrevia uma coluna mensal.
O hospital é um lugar onde muitos pacientes sentem-se isolados e carentes. Assim, é um dever do médico dedicar a máxima atenção a eles,
pois esta atitude é fundamental para o processo de restabelecimento.
Ao estimular nossa conversa, acreditava estar apenas dando atenção a uma senhora com certo grau de carência afetiva. Não fazia a mínima idéia das incríveis mudanças que aconteceriam em minha vida a partir daquele encontro.
- Ah, então é a senhora que lê meus artigos. Os editores disseram que só estavam mantendo a minha coluna porque havia uma única leitora assídua - comentei, rindo.
- Não brinque. O senhor sabe que muitas pessoas se interessam pelos seus artigos. Aliás, este é o principal motivo pelo qual estou aqui.
Fingi ter sido surpreendido.
- Quer dizer que a senhora ficou com pneumonia porque leu meus artigos?
- Minha pneumonia é apenas um pretexto. O verdadeiro propósito deste encontro é ajudá-lo em seu novo trabalho - declarou.
- Novo trabalho? Nem estou conseguindo dar conta das coisas que tenho para fazer e a senhora ainda quer me dar um novo trabalho... Espero que seja bem remunerado - gracejei.
Ela ajeitou seu travesseiro e recostou a cabeça antes de continuar.
- Quando li um dos seus artigos pela primeira vez, percebi que você...
posso chamá-lo de você? - perguntou.
-Sem dúvida - respondi.
- Ao ler o artigo, senti que você estava em busca de um conhecimento maior, mas ainda não estava pronto para recebê-lo. Desde então venhoacompanhando a evolução de suas idéias. Recentemente, ao ler “A Escola de Pintura”, percebi que a hora de procurá-lo havia chegado - concluiu.
“A Escola de Pintura” é o título de um artigo no qual eu comparei a vida ao trabalho de pintar um quadro. Tomo a liberdade de reproduzi-lo, para que você saiba do que se tratava nossa conversa.
A escola de pintura Outro dia um amigo me perguntou o que eu acho que é a vida.
Resposta difícil, não é? Vou contar como respondi.
Imagine uma escola de pintura. Ao entrar, você recebe uma tela em branco e encontra vários alunos pintando. Muitos estão trabalhando há anos, e os quadros são de todos os tipos, desde obras maravilhosas
até telas completamente destruídas. As tintas, pincéis e materiais de pintura estão espalhados por toda a sala, alguns bem acessíveis, outros em locais bem difíceis.
Apesar de ser uma escola, não há professores. É tudo por sua conta.
O que você faria nessa situação? Pegaria qualquer pincel e simplesmente espalharia tintas em sua tela? Observaria os que estão trabalhando e tentaria imitar alguém talentoso? Juntaria sua tela às de outras pessoas e pintaria um grande painel em equipe? Tentaria criar uma obra original e aprender com seus próprios erros? Utilizaria apenas os materiais mais acessíveis ou batalharia para conseguir também os mais difíceis?
Volto a perguntar, o que você faria?
Na minha opinião, a vida é como esta escola de pintura. As pinceladas são as nossas ações.
Às vezes, damos pinceladas de mestre. Usamos o tipo certo de pincel, a mistura correta das cores e movimentos precisos. São as nossas boas ações. Aquelas que nos fazem dormir tranqüilos e com um
sorriso no rosto.
Outras vezes, borramos todo o nosso quadro e pensamos: “Argh! Estraguei tudo. Não tem mais jeito”. Desejamos até jogar a tela fora e parar com tudo. Vamos dormir arrasados e querendo morrer.
É nesta hora que precisamos lembrar da escola de pintura. Não se desespere. Por mais borrado que seu quadro esteja, você sempre pode pegar um pincel limpo, as tintas certas e pintar por cima.
Se você disse algo ruim para alguém, peça perdão. Se fez algo que não deveria, volte lá e conserte. Se deixou passar uma oportunidade de elogiar; procure a pessoa ou pegue o telefone e faça o elogio. Se
teve vontade de acariciar alguém e não o fez, faça-o na próxima vez que encontrá-lo(a) e diga-lhe apenas que está acertando seu quadro; tenho certeza de que você será compreendido.
A única coisa que você não deve fazer é deixar os borrões aparecendo.
Não interessa quão antigos eles sejam. Se estiverem lá; corrijaos.
É corrigindo que aprendemos a não cometê-los e nos tornamos
artistas cada vez melhores.
Fazendo assim, não importa se teremos mais duzentos anos ou apenas mais um dia para nossa pintura. Quando formos chamados para expô-la, ela estará perfeita. Talento, tenho certeza, todos nós temos.
Achei curioso ela estar falando sobre um novo trabalho e sugerindo que iria prestar-me algum tipo de ajuda. Decidi interrogá-la um pouco mais sobre isso.
- Desculpe-me, mas ainda não entendi. Que tipo de novo trabalho você... também posso chamá-la de você, não posso? Afinal, temos quase a mesma idade - perguntei, brincando.
- Claro que pode. Afinal, cinqüenta anos de diferença não são quase nada - afirmou.
- Cinqüenta não, quarenta e seis... eu já tenho quarenta anos - retruquei, só para chateá-la.
Ela fez uma careta.
- E qual é o meu novo trabalho? - indaguei. - Tenha calma. Algumas coisas precisam vir no tempo certo... Você sabe que os remédios precisam ser tomados em doses e horários adequados. Quando prescreve um comprimido de oito em oito horas, você espera que o paciente siga esta instrução, não é? Não adianta ele tomar toda a caixa de uma única vez para apressar o tratamento. Novos conhecimentos são como os remédios e os alimentos, precisam ser absorvidos aos poucos - explicou com ar professoral.
- Concordo, mas continuo curioso para saber mais sobre este meu novo trabalho - insisti, testando-a.
- Pelo jeito não receberei alta hoje, não é?
- Claro que não. Você ainda precisa ficar mais algum tempo sob observação e tomar a medicação. Sei que a comida do hospital não é lá grande coisa, mas, se sua recuperação continuar no ritmo atual, em dois ou três dias poderá ir para casa. É só ter um pouco de paciência - respondi, consolando-a.
- Então ainda temos tempo. E, assim como você me pede paciência, eu lhe peço a mesma coisa... Você trabalhou o dia todo e já está anoitecendo.
Vá para casa, descanse e amanhã venha me visitar novamente - disse, apaziguadora.
- Está bem - concordei.
Despedi-me, desejando uma boa noite, e voltei ao posto de enfermagem para terminar minhas prescrições. Ao sair do hospital, encontrei uma noite suave como há muito tempo não via. Ainda não fazia idéia de quanto minha vida iria mudar após conhecer aquela misteriosa senhora.

Naquela noite sonhei com anjos.

Curso MUDE A SUA VIDA EM 30 DIAS - 15 Dia

Ritual Matutino

Citação do Dia

" Alguém nos perguntou recentemente “há alguma limitação na habilidade do corpo se

curar?”.
Dissemos: “Nenhuma, a não ser as crenças que você mantém”.
E ele nos disse: “Então porque as pessoas não fazem crescer novos braços?”.
E dissemos: “Porque ninguém acredita que pode”.

G-27/Fev/1999 – San Rafael, CA
 “Um comprimido é realmente eficaz? Esse processo é realmente eficaz?”
Qualquer coisa que cause a permissão ao que você deseja é o processo que possibilita o alinhamento. Não estamos, de forma alguma, validando ou invalidando nada.

Muitos oferecem suas “poções milagrosas” como sendo aquela que funciona. Bom para eles todos. Aplaudimos qualquer coisa que ajude na permissão do Bem-Estar desejado e merecido."
  •  Sorria por 1 minuto
- Essa prática aumenta os níveis de serotonina em seu sistema e é um poderoso antidepressivo – sorria enquanto conta até 60.
  • Medite por 5 minutos
- A técnica de hoje: conscientemente inspire e respire contando 60 respirações completas.
  • Faça o Exercício do Descanso de Pratos por 5 minutos
Coisas que desejo fazer     -         Coisas que o Universo fará
  • Coloque seu valor virtual em sua planilha do jogo da prosperidade.
Durante o Dia

De acordo com o tema do dia, em relação ao que você quer que seja verdade para você, implemente as ferramentas e técnicas.
1) Torne-se consciente do nível de sua vibração
Técnica do dia: Em qualquer sintoma que você esteja vivenciando, pergunte-se “O que está me chateando?”. Essa pergunta leva você ao coração de sua resistência. Então, pergunte-se “Como quero me sentir?” e pondere a respeito.
2) Desenhe os sonhos para a sua Caixa de Criação
Sobre a sua pergunta “Como quero me sentir?” coloque a resposta para “O que desejo?” em sua Caixa de Criação.

3) Faça o exercício da Realidade Virtual – 30 segundos de uma cena de contentamento
Qual é a época do ano? Que horário do dia? Onde (cenário interno ou externo)? Quais são as pessoas de bom humor que estão nessa cena? O que você vê, escuta, cheira, saboreia, sente, faz? Entre na cena. Sinta-se bem.
Saia da cena.
4) Gaste sua quantia virtual do jogo da prosperidade que você se permitiu.
Ritual Noturno

Vídeo – O Pode de se Sentir Bem, assista qui.
  • Lembre-se das coisas boas do dia
  • Lista de Sucesso

Hoje eu gostei e me diverti com:
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  • O Livro dos Aspectos positivos
Relate novas características positivas sobre você e sobre as outras pessoas e coisas em geral.
Relembrando, escreva na parte reservada em seu caderno para esse fim, os seus aspectos positivos ou seja, as suas qualidades. Escreva também aspectos positivos de pessoas que conhece, lugares, animais, flores, filmes, roupas, perfumes, carros, lazer, etc. Esse exercício deverá ser realizado diariamente até o final do curso.
Além de fazer uma lista sobre seus aspectos positivos, escreva sobre mais 5 temas.
Por exemplo:
Eu gosto em mim: _____________________________________________
Eu gosto de tal lugar porque :____________________________________
Eu gosto de ouvir tal música porque :_____________________________
Eu gosto ______________________________________
Eu gosto ______________________________________
Eu gosto ______________________________________

  • Intenção de Seguimento para dormir e ter um período de sonho
Forma como utilizaríamos nossos sonhos de modo mais eficaz:

Antes de ir dormir, dizemos:
“Acredito que sonharei essa noite.
Manifestarei enquanto estiver dormindo: ____________(aqui você diz o que quer que seja manifestado enquanto estiver dormindo)__________.

E se há algo significativo no meu sonho, desejo lembrar-me quando acordar”.

E de manhã, a primeira coisa que você fará será – assim que acordar – tornar-se consciente de que voltou para sua consciência física e perguntar se:
“Eu sonhei?”.

E se você sonhou, pergunte a si mesmo, mesmo que seja de forma incerta:
“Como senti o sonho?”.

Há muito mais informação na forma como você sente o sonho do que nos fatos que ele apresenta.