sexta-feira, 23 de julho de 2010

Santo de Casa

Quem monta um altar na sala ou no quarto cria um espaço de conexão com o mundo espiritual. Não é preciso ter compromisso com nenhuma religião ou filosofia: o importante é reunir os elementos certos, usando a intuição.

*Detalhe de um altar taoísta, com símbolos chineses


Dentro de casa, o altar pode funcionar como ponto de energia positiva, fonte de proteção, local para meditação ou, simplesmente, um ponto de conexão com o sagrado. Sua elaboração é um processo muito pessoal: é impossível ditar regras rígidas. Quem monta um altar não precisa ter compromisso com nenhuma religião ou filosofia. O importante é ter uma intenção bem definida e seguir a intuição.

Especialistas de diferentes linhas de pensamento costumam concordar num princípio básico: o altar pessoal deve ter uma imagem sagrada, acompanhada por símbolos que representem os quatro elementos. A terra pode aparecer na forma de cristais, pedras, frutas ou grãos. A água deve ser colocada numa jarra ou copo e trocada todos os dias, para evitar que a energia fique estagnada. O fogo é representado por velas brancas ou coloridas. E o ar pode ser simbolizado pelo incenso ou por um sino-de-vento.

"O altar não deve ser um simples elemento de decoração na casa", diz a estudiosa de mitologias Andréa Braga, que coordena um curso sobre o assunto. "É importante a pessoa se perguntar por que e para que vai usá-lo. Depois, deve escolher objetos com os quais sinta vibração e identidade."

Andréa mantém um altar em seu quarto, sobre a cômoda. "Reflete as filosofias com que sinto afinidade: o budismo tibetano e o hinduísmo." Entre os elementos importantes estão um punhal (canalizador de energias), uma estatueta de Shiva (o Deus criador na mitologia indiana) e a estampa de um tigre de papel, considerado uma divindade feminina na Índia. Ela evita mostrar o conjunto completo a estranhos. "O altar pessoal deve ser resguardado dos olhos das pessoas comuns. Do contrário, você expõe sua alma", diz Andréa. Pelo menos uma vez por dia, ela se posta diante dele para uma breve oração. "Nos momentos de dificuldade, mesmo distante, a simples lembrança dele também pode ajudar", diz. "A conexão é automática."


Oráculo chinês 
 *Porta velas
Para o casal de sacerdotes taoístas Hamilton Fonseca e Maria Pim, o altar é o centro da casa, em torno do qual tudo se ajusta. Fica na sala de estar, armado sobre uma escrivaninha. "Não se pode fazer sexo, colocar aparelho de som, TV, ou ter qualquer atitude desrespeitosa diante dele", diz Hamilton. Sobre o tecido de cetim amarelo-ouro há uma imensidão de elementos e cores: um incensário, estatuetas de divindades chinesas, sinos, velas vermelhas e o oráculo Pu – duas pequenas peças de madeira em forma de meia-lua, que só devem ser usadas para perguntas importantes. "É o incensário que dá partida ao altar", diz Hamilton. "Para iniciar o meu, trouxe cinzas da Sociedade Taoísta. Se um iniciado quiser montar o seu, pode pegar um punhado das cinzas do meu incensário", explica. Uma vez por dia, Hamilton recita mantras e orações durante meia hora. "Quando a entrega é total, posso visualizar uma luz dourada emanando do altar."


Essência de Buda

Extremamente simples, o altar da terapeuta de ioga Ruth Casoy, adepta do budismo, foi montado segundo as regras ditadas pelos seguidores da linha Sokka Gakkai, fundada no Japão no século 13. Em um móvel denominado Butsudan, uma janela protege o objeto de adoração: uma cópia do pergaminho sagrado Gohonzon, com uma oração que representa a "essência da vida de Buda". Numa prateleira abaixo fica uma jarra com água, frutas, plantas, incenso e uma vela. "Reservei um quarto da casa só para ele", diz Ruth. "Quando estou enfraquecida, pego um colchonete e durmo lá." A terapeuta Valéria Reis não segue nenhuma religião ou filosofia, mas resolveu fazer um altar seguindo apenas a intuição. Adepta do shiatsu, criou seu espaço sagrado há 12 anos, quando suas duas filhas ainda eram bebês. "Senti que precisava de um lugar na casa para me acalmar, entrar em sintonia", conta. Como sempre se identificou com os ciganos, pinçou nessa cultura o principal elemento de seu altar: uma imagem de Santa Sara, padroeira dos ciganos. Também estão lá objetos e lembranças colhidos em momentos importantes de sua vida: uma pedra de rio, um punhal sobre uma taça, um espelho, um par de castiçais e cristais variados. Quando as filhas dormem, ela se senta defronte dele. "Tudo que toca a minha intuição coloco lá", diz. "É muito pessoal e feminino."

Para montar um altar

Escolha dos elementos que vão compor um altar é pessoal. Aqui, sugestões que permitem combinações variadas.

1. uma representação da entidade escolhida (se houver)
2. velas: simbolizam a luz da consciência
3. flores: encenam o ciclo da vida
4. água: representa as emoções e também a purificação
5. incenso: significa transformação e doação
6. objetos dourados: remetem à prosperidade
7. pedras e cristais: para quem procura saúde e longevidade
8. frutas, cereais: simbolizam abundância
9. objetos em pares: representam o amor

Fonte: Revista Marie Claire

5 comentários:

Dulce disse...

oi Luciana, senti falta do som.

Deixo o seu blog minimizado enquanto navego
, só -para ouvir..


ele não estará mais?

Eliane maia disse...

olá luciana,
parabéns pelo seu blog tão maravilhoso.

Luciana Vieira disse...

Olá Dulce, tudo bem?!
Tb tentei ouvir e não consegui...irei verificar o que aconteceu e assim que tiver ok novamente, divulgarei aqui!
Um beijo!

Anônimo disse...

Olá, Luciana
Boa tarde...
Adorei seu site....Parabéns !!!

Anônimo disse...

Olá, Luciana
Boa tarde...
Adorei seu site....Parabéns !!!